O CARIOCA SÓ TEM AGORA A PRAIA PORQUE NÃO PODE TOCAR FOGO




Estou de luto. Luto pelo museu que era um pedaço da Europa no Brasil. Choro como se perdesse um ente querido. Quantas vezes eu não tinha aula e ficava naquele jardim interno dele, via os fetos no formol, desde o momento da concepção, até seis meses, via as múmias, como era bom, e depois eu imaginava que estava na França, olhando os jardins internos, os seus tetos todos pintados, seus salões. Um povo que não cuida do seu passado não é povo. Quem não tem respeito com seu passado não tem futuro. É só o que a gente está vendo hoje, só corrupção, eu sei porque a justiça no Brasil agoniza e alguns, eu digo alguns juízes tentam modificar, mas se não houver a ação do povo em massa não vai mudar. Eu vejo o futuro do Brasil como aquele que vai nadar e morre afogado, se debatendo até afundar e padecer. Que tristeza, meu museu! Um museu onde muitas vezes eu apanhava da minha mãe e ia me consolar com ele. Que coisa mais linda! Ele não merecia ter esse triste fim, mas o brasileiro tem o ditado: “Lavou, tá limpo!”, mas no caso desse museu não, o museu da minha infância. Ainda bem que o Sr. Clóvis Bornai, meu amigo, se foi antes dessa tragédia. Era a nossa memória, é a nossa origem que vocês deixaram queimar como se queima um lixo. Nós não temos futuro. Eu estou de luto e todos que gostavam dele. Lá tinha peixes de todo o mundo, múmia, um museu dos mais completos, só arquitetonicamente ele era um espetáculo. Meus pêsames, povo carioca, vocês já tinham acabado com o Palácio Monroe e agora deixaram acontecer com o Museu. Quem compactua com o errado é mais errado ainda. O que esperar de um povo inculto? Imbecis!

Kátia Paes


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