TEREZINHA QUE FOI DE TODOS, MENOS DE JESUS - Parte 2


Estás farta, a falsidade de anos, anos e anos, fingindo-se fêmea, uma mulher perfeita, foram te envenenando aos poucos, fazendo-te o veneno sair pelos poros de tua pele. Que saudades da tua namorada de outrora, mas eram tão pobres e esse otário caiu como manga embaixo de chuva, lá estava tu.

Claro, há uma tese, mulher que muito hormônio masculino tem alcança muito mais orgasmos do que aquela que tem hormônio feminino, pois ela tem um pênis invisível, e este é o teu caso, tanto que não pudeste gerar tua própria filha, Ângela, precisaste de outra, não é? Precisaste de uma clínica chamada ménage à trois. Resta saber de quem sentiste ciúmes. Do teu velho não foi com certeza, aliás, a outra era uma vagina, quanto tempo tu não vias uma, fingias ser uma mulher perfeita. Ai que saudades, não? Aquela piorou teu estado emocional e físico. Ai que saudades de uma vagina!

“Como eu sinto saudades da minha namorada de seios fartos, rígidos, cintura afilada, bunda dura, sem ser caída, vagina sempre úmida, sempre pronta para me receber. Tudo isso acabou porque troquei por cinco prédios, porque cansei de ser pobre e optei fingir ser prostituta, onde esse imbecil me conheceu. O homem mais disputado do norte, não reconheceu um sapatão, o Elvis brasileiro não sabia como reconhecer um sapatão, como eu fingia bem. Mas aos poucos eu fui me estressando e fui ficando doente.”

Todos os dias de manhã era:

- Terezinha! O meu café!

- Terezinha! Agora está na hora da minha insulina!

“Como eu queria que fosse glicose! Mas aí todo mundo iria saber, porque era eu, ele e mais ninguém”.

Até que um dia o velho chato e arrogante chamou-a de manhã cedo.

 - Terezinha! O meu café!

Não houve resposta. Daqui a pouco:

- Terezinha! Está na hora da minha insulina!

Quando ele olhou ao lado, a doce Terezinha jazia morta, dura feito um pau, igual ela tanto gostava. Pelo menos foi o objeto de satisfação da morte.

No enterro só havia ele de homem, na cadeira de rodas, o resto era todo mulher. Ele, arrogante, ainda disse:

- Viu como eu estava certo? Quando tirei-a da zona todo mundo me recriminou e olha agora, só mulheres ao meu redor! Quer prova melhor e maior de fidelidade?

Essa sátira eu fiz para servir de alerta a todos os homofóbicos do mundo, que podem ter ao seu lado o sexo que odeiam, é só fingir. E como a mulher faz bem, viu? É só abrir as pernas e fazer: “ai, ai!” e o burro cai.


Kátia Paes



Nota: poderia qualquer outro nome como: Mariazinha, fulaninha, ciclaninha, mas escolhi Terezinha. Qualquer semelhança é mera arrogância de quem se acha, que é a única Terezinha no mundo. Cuidado com o que pedes, podes ser atendida.

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