PÉSSIMO CARÁTER

Oi, você hoje e ontem se superou, talvez pela companhia, vocês estava sentado junto com a Norma. Quem é ela e você para dizerem que uma comida é suja? Que a padaria que a mulher de um juiz ia, junto com a empregada e a filha dela, era imunda? Como a Norma falou: "suja, tenho nojo de lá!". Sabe ... você precisava ver o ser humano tirar comida do lixo pra comer. Pior do que comer comida imunda é não ter o que comer e a outra ainda diz que é sensível.

Ficamos assim, eu nunca te conheci e você nunca me conheceu. Eu não admito o que você falou do Clayton hoje, uma pessoa do bem, assim como a Susana. Você disse que não acreditava que ele tinha vendido tanto quadro ficando em frente do Othon Hotel. Poxa, 15 anos de amizade e você não deu a chance de defesa? Na minha frente você nunca vai falar mal de ninguém, nem do filho que tem muita tatuagem e é estranho, como você diz, como se o teu não tivesse, né? Só que o teu não maquia. 

Quanto a comida, que passei até fome, não posso admitir que você peque contra a divindade de falar mal da comida. Eu conheço gente que mataria por um pedaço de carne, eu conheço gente que o estômago retorce de fome. Que decepção! Não vou mentir pra você que gosto de você, mas odeio os teus defeitos, pois eu odeio os meus também, só que os teus são mais graves. Que pena, acabou, a amizade se foi, evaporou. Quando eu fiquei junto da Norma eu sabia que ia ter alguma coisa. Você mentiu pra mim, fingiu ter sensibilidade e você não tem. Fala mal dos judeus. Oh meu Deus, obrigado por eu ainda ter um cérebro que domina o coração. De graça né cara, até injeção na veia. Eu estou de luto, mas paciência, Deus sabe o que faz. 

Boa noite.