O SAPO MEDROSO E BROCHA


Era uma vez uma linda princesa, de um reino distante, boa de coração, caridosa, afetuosa, mas que um dia se apaixonou por um sapo que apareceu na praia do país dela. Que paixão arrebatadora! Ela pergunta a ele: "o que fazes na praia, na areia tão quente? Não vai enrrugar a tua pele mais ainda do que é?" a que o sapo respondeu: "pra ficar perto de ti, a atração e a paixão que em mim me despertas, vale todo o esforço e a dor que sinto". A burrinha da princesa ficou tão emocionada que lhe deu um beijo. Aí o sapo fala pra ela: "eu sou sapo, não sou príncipe, não vou virar um príncipe com um beijo seu". Ela, tomada por paixão instantânea, responde: "Eu não espero isso de ti, eu o amo como o sapo que és". Você não acha que essa princesa deveria ser internada? Eles namoravam às escondidas, tinham que tomar cuidado, segundo o sapo, pra ninguém notar. Já pensou se soubessem, se descobrissem? A família dele não poderia jamais saber, nem desconfiar. Certo dia, ele começou a dificultar os encontros. Ela pensou: "Será que ele não está mais apaixonado por mim? Ó Deus, tragam-me o sapo de volta, eu o amo tanto que acho que nem vou respirar se ele me deixar, mesmo que ele broche de novo". Aí deixou de comer, de dormir, e o rei, preocupado com ela, disse: "Vamos dar uma volta na praia, respirar um pouco do ar, quem sabe te faça bem. O crepúsculo é sempre bem-vindo". Ela foi, ela era obediente, apesar de se achar inteligente. Quando chega à praia, de repente, ela perde a cor, fica alaranjada como o crepúsculo. O pai lhe pergunta: "Estás passando mal, filha? Tens medo daquela família de sapo que cruzou o teu caminho? Estão Longe. É só não passar a mão neles que não fazem nada". Ô velho burro! A filha dele, a virginal princesa, já tinha até ido para a cama com o sapo.

O que meteu medo na princesa, é que o sapo em questão era casado, estava beijando a sapa enrrugada mais do que ele, ainda por cima, barriguda e um pouco corcunda, parecendo mãe dele, mas os sapinhos vinham atrás e além disso, a sapa puxava a orelha do sapo, do amor da princesa, e dizia: "anda, me obedece! Anda mais rápido seu sapo torto e feio". Meu Deus, a princesa olhou pro céu e pensou que nunca devia ter pedido para o sapo nunca deixá-la, pois só então entendeu que os defeitos externos que ele tinha, eram apenas reflexo do seu interior. Cuidado com o que você ama, ele pode ser um sapo e não vai deixar de sê-lo.

The End

Toko (Kátia Paes)

Moral da história: o amor em abundância traz a ignorância.

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