FILHA DA TRISTEZA



Como céu, se tinge de cinza intenso para anteceder o vento que sopra como um alento, e vem a chuva que nem sempre é benéfica, trazendo tragédias e lágrimas, lágrimas que saem do meu coração, que doem como a perda de um filho para uma mãe. Assim foi, mon ami, minha vida inteira. Sempre fizeram eu me sentir como um pássaro em um ninho, a qual eu estava lá por servidão (misericórdia, em nome do Barbadinho). Se eu te disser que é verde, é verde; se é rosa é rosa; creia-me, não faço uso da inverdade, pois sempre sofri por ser verdadeira, até demais. 

Meu avô árabe me pediu, mesmo depois que ele se fosse, que eu jamais faltasse com a verdade. Se existe felicidade na minha vida, ela começou com os salahs que você, meu grande e indispensável amigo, fez essa caridade por mim. Eu lhe peço, não desacredite em mim, eu não apanhava, eu era açoitada e o sangue espirrava. Eles diziam: “o que você pensa que vai ganhar falando tanta verdade?”, eu falei: “Em verdade lhe digo, não sei o que vou ganhar, pouco me importa se vou ganhar alguma coisa, a não ser a limpeza de minh’alma. Agora vocês, eu sei o que vocês vão perder fazendo uso da mentira descaradamente. Devo dizer-lhe que eles viviam em igreja, queriam me converter e eu nunca quis. Como tem santo! O meu avô, que não se encontra mais ao meu lado, que alma! É uma forma de honrá-lo mesmo com ele não estando mais comigo. João Marques Paes é o nome dele e tudo o que eu faço eu penso como meu avô agiria. Nunca desacredite em mim, por favor. Você é o que me faz levantar todas as manhãs, que Allah permita que eu acorde, me agracie com mais um dia de vida. Eu penso em você, uma pessoa que do outro lado do mundo, de coração magnânimo, se preocupa comigo. Merci, merci, merci.

Kátia

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